Diversidade tem cada vez mais sido um assunto recorrente, essencialmente quando estamos analisando o contexto organizacional. Por isso, nós membro de ligas de empreendedorismo estamos constantemente presentes em contextos onde a diversidade também se faz presente.
As pessoas são naturalmente diversas, e considerar a diversidade de cada indivíduo é crucial para a evolução das empresas, inclusão dos diversos e crescimento individual dos colaboradores.
No entanto, vale destacar que apesar de ser um assunto recorrente, as organizações têm enfrentado uma série de desafios em sua gestão da diversidade, outras ainda não voltaram o seu olhar para a relevância e aplicação do tema e outras negam-se a achar que a diversidade seja realmente relevante para o seu negócio.
Além disso, cada vez mais temos presenciado a criação de startups. Segundo a Associação Brasileira de Startups, de 2015 a 2019, o número de startups no Brasil aumentou 207%.
Essas startups surgem mediante a inovações, o que favorece que sua cultura desde sua criação seja de inovação e mais aberta à inclusão e diversidade. Neste artigo iremos abordar a importância da diversidade para as startups.
O que é diversidade?
Segundo o dicionário, diversidade é uma palavra que deriva do latim diversitas, atis, e significa “variedade, alteração, mudança, diferença”. E como seus sinônimos podemos utilizar: pluralidade, multiplicidade, variação, volubilidade, etc.
Segundo Silva (2019), a compreensão de diversidade tem seu início na biologia, a partir dos estudos acerca da variabilidade genética das espécies, onde, apesar da espécie humana não divergir entre si em termos biológicos e fisiológicos, somos diversos em outros aspectos.
Ser diferente e considerar quais diferenças nos fazem diversos está relacionado ao sentimento que, armado pelos símbolos da cultura, nos diz “nem tudo é o que eu sou e nem todos são como eu sou” (BRANDÃO,1986).
Quem são as minorias?
Estamos rodeados de minorias, se você não se encaixa em um desses grupos, certamente é próximo de alguém que seja.
As minorias tratam-se de grupos étnicos-raciais onde seus membros podem sofrer discriminação por pertencerem a esses grupos. Quando falamos de minorias, nos referimos a representatividade, e não ao número de indivíduos que pertencem a esses grupos.
De forma mais ampla, podemos entender as minorias como grupos étnicos, religiosos, sexuais e sociais que, por suas características físicas, crenças, valores e práticas sociais são destituídos de aceitação social e de poder de decisão no âmbito político, assim como são marginalizados e estigmatizados pela sociedade na qual estão inseridos.
Para melhor descrever as minorias sociais presentes na nossa sociedade:
- Minorias étnicas: Podem ser negros, indígenas ou outras denominações de etnia que fujam da denominação branca;
- Minorias nacionais: grupos minoritários e vulneráveis que compartilham etnia, cultura, religião e costumes característicos de um determinado local, exemplo: as mulheres da tribo tailandesa Karen ou as tribos indígenas no nosso país;
- População de baixa renda ou abaixo da linha da pobreza: parcela da população que vive em condições indignas de moradia, sem acesso a renda necessária para viver com dignidade, com dificuldade de acesso a comida, saneamento básico, educação, etc. Ou seja, dificuldade de acessar direitos básicos;
- LBGTQIA+: Engloba indivíduos que não se sentem representados pelos padrões sociais da heteronormatividade. Aqui há questões quanto a identidade de gênero e orientação sexual;
- Mulheres: apesar de discussões de gênero estarem inclusas no grupo anterior, é preciso enfatizar a dificuldade em ocupar espaços sendo mulher, seja ela cis, trans ou qualquer outra forma de identificação;
- 60+: apesar da população idosa ter crescido com o aumento da expectativa de vida e a queda na taxa de natalidade, nossa sociedade possui um preconceito estrutural também em relação aos idosos, chamado de etarismo;
Deficientes: pessoas portadoras de deficiência, independente do tipo, possuem ainda uma representatividade muito baixa frente a necessidade demandada por esse grupo, e pelo que é exigido por lei, tanto em empresas, quanto na mídia. Quando falamos de deficiência, podemos compreender seus tipos se dividindo em: deficiência física, visual, auditiva, intelectual, psicossocial e a deficiência múltipla, conceituada como a associação de duas ou mais deficiências.
O que são startups?
Segundo o SEBRAE, as startups tratam-se de organizações que é composta por “um grupo de pessoas à procura de um modelo de negócios repetível e escalável, trabalhando em condições de extrema incerteza”.
Começar uma startup, atualmente, representa o sonho de muitos empreendedores. Apesar do nível de extrema incerteza no qual estão imersos, há um mar de possibilidades para explorar e se transformar em um negócio avaliado em bilhões.
A necessidade de citar brevemente o conceito mais prático do que são as startups se dá pela importância de frisar que há pessoas por trás desse modelo de negócio, assim, há é fundamental que a diversidade desses indivíduos seja uma pauta para geração de valor interno e externo do seu negócio.
O que é gestão da diversidade?
A Gestão da Diversidade busca compreender as diferenças pertencentes aos indivíduos, as políticas implementadas dentro das organizações e por parte dos governos, contribuindo para que essas diferenças individuais sejam melhor aceitas, respeitadas, reconhecidas, recebendo o devido valor e atenção quando suas necessidades.
Qual a importância da diversidade nas STARTUPS?
Além da importância de incluir e acolher, o que nos torna diversos, segundo a pesquisa Getting to Equal 2019: Creating a Culture That Drives Innovation, realizada pela Accenture, as organizações precisam investir em diversidade e inclusão para se tornarem mais inovadoras.
Quando a diversidade e a inclusão crescem, a inovação cresce junto. Afinal, haverá maior espaço para diversas vivências, expertises, capacidades, etc, para enriquecer esse ambiente de trabalho e cocriação. Contribuindo para melhor engajamento interno, entrega de valor para o público, construção de soluções efetivas, por exemplo.
Startups vivem, respiram, vislumbram a necessidade de inovar. Na verdade, a própria origem do seu modelo de negócios já exige inovação. Então, como algo poderia ser inovador sem considerar diversidades? Como esse negócio conseguiria se distinguir e se conectar com diversos públicos, se ele estivesse centrado em ser conduzido por times homogêneos para um público que também não é diverso?
Além disso, sob a perspectiva financeira, parte fundamental também para startups que estão buscando se consolidar, segundo estudo publicado pela McKinsey em 2015, “Why diversity matters”, empresas com diversidade de gênero e étnica tendem a ter uma performance financeira 25% acima da média.
OU SEJA…
Diversidade deve ser prioridade em nossas relações, essencialmente, nas organizações que fazemos parte. Quando saímos de nossas bolhas, e passamos a ter contato com diferentes tipos de pessoas, conseguimos aprender muito mais do que se apenas ficássemos apenas centrado em nossas bolhas.
Ao longo da graduação nós temos muitas oportunidades de trabalhar nosso olhar para a diversidade, compreendermos a importância de incluí-la nas estratégias do nosso negócio.
Startups já foram, estão sendo e ainda serão fundadas por membros de ligas de empreendedorismo, você sabia? Vou deixar alguns exemplos de negócios fundados por ex-membros de ligas, que inclusive já postamos em nossas redes sociais:
É importante utilizar desses exemplos para te mostrar que ligas de empreendedorismo impactam na formação do universitário que atuará em negócios ou criará o seu próprio. Fazer parte de ligas de empreendedorismo impacta diretamente no seu contato com diversidade, pessoas diferentes e vivências capazes de construiu um olhar mais inclusivo, empático e estratégico. Na Vórtex, diversidade é um dos nossos valores.
Quer saber mais sobre o assunto? Deixa nos comentários o que você achou e como podemos te ajudar.
Estudante de Adminsitração na Universidade Federal do Ceará (UFC), é ex-colaboradora de marketing do Centro de Empreendedorismo da UFC (CEMP) e do time da Rede Global de Empreendedorismo Vórtex.